o t[A]ЯÔ:|:₦EGЯO:|:do:|:[A]₦[A]ЯqЦᴉ₴mØ f[A]₦tÁ₴tᴉcØ (/tarô negro do anarquismo fantástico/) é um jogo de ironia política que faz uma paródia insurgente do tarô. pois nada revela, nem desvela sobre o passado, o presente ou o futuro, enquanto ele é jogado. também não diz nada sobre nós ao escolhermos esta ou aquela carta ao acaso. a sorte aqui tirada serve apenas para nos inspirar e nos intimar a realizar uma ação real no mundo. aqui sim, fora do jogo, ou seja, estando já no ato desta ação que, realmente, algo nos é revelado, desvelado – algo sobre eu, sobre você, ou sobre o mundo mesmo. sua ironia política, em paródia insurgente, lhe faz propriamente funcionar como um anti-tarô; desse modo ela torna-se uma espécie de tarô negativo, resignificado através de uma simbologia anarquista, libertária, antiautoritária, irônica & em tom de paródia, muitas vezes debochada, mas sem nunca perder a seriedade do que é : (1) disposto nas cartas em termos de símbolos, (2) personalidades escolhidas para lhe figurar; (3) suas respectivas descrições; & (4) suas referências. muito menos visa deixar em aberto o compromisso para com o desafio o qual, a partir das cartas tiradas, iremos nos comprometer a realizar. desta forma o que lhes ofereço aqui é um tarô negro, tal qual uma bandeira negra. se esta é negra para negar todas as bandeiras, o t[A]ЯÔ:|:₦EGЯO:|:do:|:[A]₦[A]ЯqЦᴉ₴mØ f[A]₦tÁ₴tᴉcØ, é assim também, a negação de todos os tarôs.
sua concepção insurge, desde a morte de deus & do diabo na terra do anarquismo fantástico, se dispõe como mais um dos tentáculos desmísticos folclorefuturista utilizado, atentadamente, para: (1) insurgir-se contra o destino; (2) sabotar a má-fé; &, para se (3) autodesenvolver em rebeldia indômita. Jogo desmístico, não oracular, mas sim tentacular, que mantem ligações com as ciências desocultas anarcofantásticas como:
a (/alqueermia/) – transmutação queer de nossas normalidades & normatividades;
a (/astropiratologia/) – as características astrológicas pirateadas para fins de criar mapas para se movimentar entre ideias & poéticas;
a (/numeroclastia/) – movimento insurreto-desligioso que rejeita a matemática como orientadora da vida;
a (/desligião/) – desligamento por indiferença, entre o humano com tudo aquilo que é considerado divino;
e, por fim, com a
a (/filosofia artificial/) – o mundo como artifício & acaso & muitas outras desobediências exotéricas.
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o t[A]ЯÔ:|:₦EGЯO:|:do:|:[A]₦[A]ЯqЦᴉ₴mØ f[A]₦tÁ₴tᴉcØ (/tarô negro do anarquismo fantástico/) é um jogo acessível a todas as pessoas de todo o espectro do anarco-íris, pois constitui, já de início, um espelho da espiritualidade dos/das sem espíritos – eis a única metafísica aqui presente, uma experimental. mas, voltemos à sua física: o presente tarô negro compila sabedorias, projetos, ações e desafios insurretos, representadas/simbolizadas por pessoas reais, personagens ficcionais, conceitos e ideias, mas recolocadas & recompostas como horizontes exemplares para atuação. recolocação & recomposição que as transvaloram por meio de seus ressurgimentos em situações as quais, ou as levamos em conta enquanto inspiradoras de ações & modos autênticos de levar a vida, ou as tomamos, de modo individual ou coletivo, como um desafio em que nos comprometemos executar – viver entre aquilo que nos é possível praticar & aquilo que nos é impossível, mas que mesmo assim, nos empenhamos a realiza-lo.
tudo isso expresso na forma de 22 (/anarcanas isonômicas/) que assim o são por não haver hierarquia ou centralidade entre elas – se no outro há os arcanos, aqui insurgem as AnArcAnAs; se no outro há Maiores & Menores, aqui insurge a isOnOmiA. cada uma delas corresponde à força insurreta que impulsionará a insurgência ou a re-existência, rebelde & em desobediência por vir. no entanto, não é um “por vir” que vem de um além ou de um aquém de nós – por determinações alheias previstas por meio dos jogos de segredos & mistérios revelados. é um “por vir” que dependente, tão exclusivamente, do grau do nosso empenho, comprometimento, estratégias & ganas – autodeterminações consentidas com o que, ao acaso, insurge diante de nossos olhos atentos & interessados.
cada [A]₦[A]Яc[A]И[A] ᴉ₴Ø₦Ômɨc[A] possui uma visualidade, um nome-horizonte & símbolos-conceitos que constituem diabolus atentados (como crianças atentadas) equipados de insignificados específicos – o significado deve ser criado, ao mesmo tempo em que, sua terminalidade é considerada como uma de suas mais importantes características de criação e inventividade. cada uma delas se coloca como a potência e o campo de ações expandidas para além do bem & do mal vigente, & desse modo, abrir horizontes de possibilidades para a percepção de como revolucionar-se a si própria, & coletivamente, num dado momento de insolência e desacato para com a mediocridade da “realidade validada” e para com o conformismo da realpolitik.
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(preparação):
- é preciso deixar, a intuição, a sensibilidade & a inteligência insurgirem fluida & livremente.
- escolha e realize uma ambiência que inspire jogos & brincadeiras sérias. pode ser em um local externo ou interno. por exemplo, escolha música, aromas, vídeos, vestimentas, iconografia, bebida (&/ou algum enteógeno de sua preferência), & iluminação de sua escolha, lâmpadas, luz negra, velas, luar, sol, etc. – o jogo já começou quando se brinca em inventar rituais de pré-insurgências. para tudo isso a criatividade & a invencionice são as grandes maestrinas.
- a presença & o comprometimento são de crucial importância. pois o que será sugerido, proposto &/ou aludido à inspiração é para ser tomado como desafio a ser realizado. eis o grande tesouro a ser encontrado neste mapa pirata.
- embaralhe o seu tarô negro: overhand shuffle + corte + smushing.
- distribua as cartas para uma tiragem de números primos a partir de 3 – o número de cartas a ser tirado equivale ao grau de complexidade que se pretende jogar. estas servirão como base para se construir a narrativa que você criará enquanto autodesafio. para melhor estruturar a narrativa, dentre as cartas tiradas, pode-se escolher qual anarcana será o sujeito, qual será a ação é qual será movida pela ação.
- as cartas devem estar viradas de costas, tanto elas estando em versão impressa, como um baralho comum, quanto se figuram como QR Codes estampando disquetes ou outra superfície manuseável.
- desvire as cartas na sequência em que você criará a narrativa-desafio.
- tendo em mãos a decodificação inicial do significado das cartas, seja em versão impressa, seja em versão eletrônica, encontre nela as inspirações, & roube seus simbolismos, para construir seu desafio: visualidade, cores, personas, nome-horizonte, símbolos-conceitos, interações, o clima insurreto de cada carta, etc. aqui a criatividade & a invencionice retornam com força total. pois codificações DIY, podem ser acrescentadas. combine a tudo isso toda sua intuição, saberes, inquietações, críticas, afetos negativos & positivos, desejos, fantasias, delírios, sensibilidade, inteligência & pesquisas outras.
- escreva um diário de insurgências: contemple suas realizações; escreva reflexões; trace estratégias; reconstrua passos, etapas & relações; faça autocríticas; se desestabilize diante de tudo; & siga em frente.
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eis as cartas do
para ter acesso a todas estas informações dispostas nesta postagem, às imagens das cartas & suas respectivas decodificações acesse aqui este arquivo em pdf:
https://drive.google.com/file/d/1gjfIhOsHu4GEsnM0KRWiucbhC4fU4QiV/view?usp=sharing
e quem se interessa por saber como foi o lançamento, acesse aqui:
cerrado:|:primavera:|:2021
conheça-te a ti mesmo/a na ação!
mƎt[A]²Яtᴉ₴t₳:|:tЯ[A]₦₴mídᴉ[A]:|:da:|:ɨ₦cƎЯt3Ƶ[A]
lÉ0 pim3ntEl – [A]m[A]Иt[E]:|:da:|:h[E]Я[E]si[A]
c[E]rr[A]do, prim[A]v[E]r[A], 2021
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c[E]rr[A]do, prim[A]v[E]r[A], 2021
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