à carta VII
(quarta [
márcia,
adoro relações inusitadas entre as coisas. neste caso, quando bati o olho no número VII, no topo de seu texto, logo pensei: “eis a carta sétima de tiburi! e sendo sétima teria ela algum contato com a carta sétima de Platão? sim, em dois momentos peculiares!” tanto você quanto platão estão interessados/as com um potencial a ser desenvolvido do/a filósofo/a: para ti o/a filósofo/a pode se desenvolver rumo a um desenhista que se torna um tipo de especialista no olhar cuja importância de seus traços seja a mesma dada pela criança a seus próprios desenhos. no caso de platão o potencial a ser desenvolvido é o/a filósofo/a como governante da cidade. ambos/as estão preocupados/as com a questão do olhar (ou uma metafísica do olho) e com ela elaborar uma alegoria da ação. [eis aqui uma incrível aproximação: tiburi você descreve o que é uma alegoria: “a expressão de algo outro; uma ilusão. Uma simulação] platão elabora uma alegoria (a da caverna) baseada no tipo de narrativa teatral de sua época (que mas tarde seria melhor estruturada por aristóteles). você márcia, elabora outra, declaradamente baseada no teatro do absurdo: eu nomearia a sua alegoria de “alegoria do oásis” – a ilusão e o simulacro que traça sua própria alegoria (todo desejo é alegorista). que particularmente me interessa muito mais do que a caretisse platônica [essa descrição das diferentes etapas de ascensão do/a filósofo/a para a sabedoria suprema (a ciência do belo) cujo fim é governar a cidade]. a tua alegoria do oásis é bem mais genial. sem abandonar por completo a relação inusitada entre as cartas sétimas, me volto à respondência contigo. para me pôr a pensar a partir de tua carta sétima. pensar enquanto reescrita. (continue lendo aqui)
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