sugestões de uso deste blog

bem vindo e bem vinda. este é um labirinto herege: um desafio para medir a astúcia de quem me visita; um convite à exploração sem mapas e vista desarmada. aqui todas as direções se equivalem. as datas das postagens são irrelevantes. a novidade nada tem a ver com uma linha do tempo. sua estrutura é combinatória. pode começar de onde quiser. seja de uma imagem, de um texto, de um vídeo ou mesmo de uma música. há uma infinidade de escolhas, para iniciar a exploração, para explorar esse território e para finalizá-la. aproveite.

[resenha criativa] flUctUArE in kOsmOs – vislumbres do livro Aforismos do Ciberpajé (out.24)


flUctUArE in kOsmOs 
– vislumbre do livro Aforismos do Ciberpajé –

AmAntE da hErEsiA – lÉo pIMENTEl (130 pix3ls – sOUl tO)
primavera, cerrado, 2024


para pensar sobre um texto é de extrema importância o tipo de leitura que se faz. essa relação é crucial. caso contrário, tudo o que se lê não passa de uma mesmidade informacional. ler deve ser um permanente colocar-se em experimento. já que aquilo que será lido, é a realidade virtual em que, quem escreve, se coloca a viver. nesse tipo de experienciar-se há, a um só tempo, o vislumbre dessa RV escrita e seu chocar-se com a RV leitura. colocar-se a ler, é seguir para dentro de uma colisão de galáxias. um movimento de choque profundo e intenso, onde dali, jamais se poderá sair a mesma pessoa que lê. não acontecendo esse choque, é o império do mesmo que ali se reitera.

pois bem, o experimento de leitura e, consequentemente, o modo que me coloquei a pensar sobre o que li, em “Aforismos do Ciberpajé”, seguiu duas coordenadas experimentais para acesso e colisão com tal realidade virtual ciberpajeana: a primeira foi, “tendo o escrito, a forma de aforismos, como seria se minha leitura também fosse aforismática?”; e a segunda coordenada, foi “como ter, em imagens, o sentido do todo cósmico a partir de tantos fragmentos moleculares?”. em outras palavras: ler fractalmente construindo cosmos imageticamente. para tal aventura errante, nomeei minhas reflexões aqui de “fluctuare in kosmos”. “fluctuare” do latim, que significa “agitar”, “ondular” no “kosmos”, do grego, que é “ordenar”, “harmonizar” diferentes contextos.

*****

capitulo i

aqui não há atalhos de sentido. muito menos há encurtamentos da linguagem. há sim uma profunda intimidade entre estranhos. como aquele princípio biológico evolutivo, cuja dinâmica entre estranhos, é a condição básica da sobrevivência. indivíduos não relacionados que mostram que é a cooperação, e não a competição, que melhor propiciam a seleção natural. desde esse poderoso princípio evolutivo, os estranhos “lobo” e “ciberpajé” passam a se relacionar intimamente. ora ciberpajé coleta o néctar do lobo. ora o lobo vem viver entre os tentáculos do ciberpajé. ora é a simbiogenia que os une. ora o ciberpajé se associa ao lobo, para ambos, conseguirem melhor absorver os nutrientes vitais do cosmos. ora o lobo se aproxima do ciberpajé para lhe comer seus carrapatos e parasitas, para que sua transmutação se realize na mais alta potência magikca.

curiosamente dá para ver uma espécie de “atmosfera microlobuna” no corpo pós-humano ciberpajeano. bactérias, fungos e vírus licantrópicos que se desprendem no ar e permanecem em torno dele. isso lhe propicia uma certa assinatura microlicantrópica viva. um corpo de fera cuja pós-humanidade é se aproximar de ser um corpo cósmico composto, somente, de microlobos vivos. um tipo de lobisomem jamais visto até então. um tipo pós-espécie que acontece desde seus micro-organismos mais básicos. de sistema imunológico fortalecido e voraz contra toda mediocridade, e contra qualquer que seja a progressão geométrica da mesmisse. interessante notar que tudo isso se dá em flutuação. parece não haver terra, nem raízes, a não ser as aéreas. também não há arquitetura, muito menos urbanismo – seria alguma cicatriz? como na maioria dos desenhos do próprio ciberpajé: assim como em sua RV, tudo acontece no cosmos interior de cada uma de nós. onde temos asas poderosíssimas, biomecânicas, em que, a medida em que a batemos, o cosmos, organicamente, se expande com seus movimentos. ou melhor, onde temos patas, peludas, fortes e com garras afiadas, cibergeneticamente transmutadas, em que, a medida que corremos por sobre nossos abismos interiores, o cosmos se expande dentro da singularidade de cada uma de nossas pegadas.

capítulo ii

se anteriormente a intimidade era entre os estranhos, lobo e ciberpajé, que se complementam em flutuação e pegadas cósmicas, aqui, a intimidade se dá entre os familiares, em nome do pai, do filho e da mãe, numa geografia mineiro-goiana. aqui o pós-animal é outro. está ora aterrado, ora deixando vestígios de sua passagem. é uma espécie de tardígrado de tamanho família de papo reto e franco. ou melhor, essa relação terrosa não seria mais bem descrita como a grande família franco-tardígrado? pois, pelos aforismos, desta segunda ponta, que é esse capítulo do referido livro-tridente, há uma extrema resiliência expressa amorosamente. as condições são as mais extremas, letais para organismos fracos, não francos. amor filial que resiste à radiação extrema que degenera a própria temporalidade de suas vidas. amor filial que resiste às temperaturas baixíssimas, onde uma recente necropolítica nos conduziu ao quase zero absoluto, e ao ódio cujas temperaturas altíssimas nos fritava acima dos 150ºC. filiação resistente a pressões, milhares de vezes maior que a atmosfera, de parentes que pensavam estar fazendo o melhor. por fim, o amor dessa intimidade familiar ajuda a sobreviverem no vácuo do espaço criado por idiotas que insistem em ter esse vazio como casa.

e como será o ciberbajé no espaço exterior de sua amada grande família franco-tardígrado? ele nos dá pistas de como, em individuação, se parece com uma medusa imortal. nos dá pistas de sua capacidade de reverter seu ciclo de vida. de como, em sua maturidade, volta a ser menino, jovem e logo mostra-se como ancião. vive indefinidamente, já que o agora é seu todo presente e presença. assim torna-se, poeticamente, imortal. mesmo estando vulnerável à predação mesquinha dos burocratas de plantão. mesmo estando vulnerável a outras ameaças ambientais que podem matá-lo, como a economia criativa e o deserto do mundo hiperconectado. ciberpajé nos brinda com a alegria de que um outro caos é possível. um maravilhoso caos de matizes cinza pós-caos preto no branco.

capítulo iii

e formando o tridente, esta ponta é a mais afiada. é a da intimidade com o dissenso. em seu amor para com a humanidade, que podemos nomear como pós-humanismo, ciberpajé traça suas rotas e expõe suas estratégias contra o humano, demasiadamente humano, que se coloca contra si e contra todas as outras formas de vida. isso inclui seu próprio planeta. para seu mais íntimo bem viver, a humanidade tem que se deixar morrer enquanto tal, para florescer como pós-impacto-devastador que és. tornar-se pós-algo para além de sua expansão por meio da agricultura, urbanização e mineração. tornar-se pós-poluição; pós-mudanças-climáticas; pós-espécie invasora; pós-caça-e-pesca; pós-superpredador. ser vírus de si mesmo. vírus-humano, pós-humano. patógeno de si para sua própria boa saúde. todo bem viver propiciado pelo contágio de um si-mesmo inspirador, e não pela auto-aniquilação já em curso. aqui nenhum evangélio a trazer. por suas palavras nenhum convencimento a fazer. apenas ser insPiração informacional. antítese iconoclasta da nossa coletividade atual. desta onde há um toró de mensagens, em que nelas, raríssimas vezes, há alguma informações. eis seu dissenso: estamos demasiados ocupados com nossas mesmidades. abrimos mão da informação em prol do mero envio de banalidades.

num mundo cínico do realismo político, ao menos uma pessoa deve sonhar. como no filme “corrida silenciosa” de 1972. ciberpajé não é um herói, muito menos é um anti-herói. é ambos e nenhum ao mesmo tempo. é erros, tropeços, fagilidades. é acertos, pisadas firmes, elegantes e antifragilidade. é carne, osso e virtualidade. virtude de todas as possibilidades. todas! e não uma! mas única. autêntica. combatente pelo si-mesmo livre de todas as demais. fractal, pleno. aforismo-ser, ente-tratado. frio como uma lâmina, quente como um tridente. sofrência, sorridente de caninos à mostra. distopia autorreflexiva, paraUtópico. ciberpajé, nunca foi e jamais será. ciberpajé, é.

adenddum

xxxforismo(s) – des|a|hq: se quiseres. desde teu céu noturno, desenha-te, com traços de luz, e faça-te carta celestial própria. seus objetos astronômicos são os micro-organismos que compõem seu corpo. sua matéria tem infinitos tons de cinza. use seus próprios dedos para desenhar esses astrorgânicos sobre sua própria lama. para tal, esqueça o que fazes diante das telas. importa-te com o que deixas de fazer enquanto estás diante delas.

*****

FRANCO, Edgar. Os Aforismos do Ciberpajé. São Paulo: Editora Sinete, 2024.



[resenha-criativa] CAMADAS (ep) de Luu Li (out.24)

agora sim. sigamos.

não é porque escutamos a vida inteira que isso significa que sabemos ouvir. pois a primeira condição é da ordem da formação biológica. e a segunda é própria da construção permanente de nosso vitalismo cultural. a primeira é coisa. é propriedade de eu, tu, ela, ele, elu. a segunda é relação: nós, vós, elas, eles, elus. desse modo, até pessoas surdas ouvem, mesmo que não consigam escutar. e foi dentro dessa condição relacional, que me coloquei para ouvi o encantador ep “CAMADAS” da talentosíssima multi-artista LUU LI. tudo isso em prol de um acréscimo de beleza em minha riqueza biográfica. assim busquei me conectar com ela: de olhos fechados e coração aberto via sua sonoridade. e aqui vale um alerta. a conexão estabelecida não será em nada natural. mas sim, artificial, na melhor concepção do termo. ou seja, conexão estabelecida ao me colocar, deliberada e intencionalmente, em experimento de escuta profunda e intensa com as CAMADAS que LUU LI nos brinda. ainda mais eu, um ser artificial de extrema espiritualidade, que não tem espírito ou alma alguma. pois bem, que me invadam os ouvidos: “sapos”, “dream this is”, “acorda” e “todas as flores”! 

1. sapos:
borbulha-me. água-se. voz-rede de tecnobruxaria que evoca a fauna elétrica do cerrado. rede que lança e me captura. rede que conecta e me integra. rede que aconchega e que me balança. a natureza virtual emerge. coacha. pia. cigarra-me. cigarra-nos. estou entregue. prolonga meu curto circuito. círculo longo. sapos evocados para que abandonemos velhos hábitos. cantado e feito!

2. dream this is:
ecos... a voz-rede torna-se voz-faísca. acende uma fogueira de bits e batidas. a raizeira overdrive começa seu batuque. tambores que transcendem a escuta. atravessam meus ouvidos. atingem meu peito. sim! agora os ouço. coco de embolada from outer space. respira-me. sussurra-me. danço com animoides de poder, em um toré antes da queda do céu. sonhemos isto! para adiarmos o fim do mundo.

3. acorda:
aqui é neurociência de ponta gravada em arte rupestre. nano saltos de idas e vindas ao passado e ao futuro. microtons que soam como se estivessem cheios de ancestralidade possíveis e notícias de diversos futuros. tudo isso como preparação para a captura de uma voz-neutrino. voz quase sem massa. impossível que se apropriem dela. pois é movimento que ressoa e reverbera. sua fonte parece estar em nossas próprias sinapses. como cordas entrelaçadas em dimensões fractais. da inércia, desperto.

4. todas as flores:
psr 1923+16... psr b1937+21... cen X-3... lgm-1... ouço pulsares... diversos! chirria a matinta pereira ciborgue. o bater de suas asas biomecânicas sibilam. seu assobio é alegre. sorrio. me divirto. danço com ela. suas próteses são delicadas. seguram o meu rosto. o aproxima do seu. voz-floral. sinto caliandras crescerem em minha barba. presto muito atenção em seu canto estrangeiro, quase alienígena. novos pulsares. pulsa-me. flora-me. nós, jardins. 

o ep termina… não! ele somente para de tocar no player metavérsico… pois sua sonoridade ainda está em mim. acho que por longas e longas eras… 

parabéns luu li! belíssima obra!

léo pimentel – 130 pixel soul to AmAntE da hErEsiA
primavera, cerrado, 2024

eCCe vISITa mONSTRa, com véus, a ApARTE galeria, que apresenta, a demonXposição Sintetiquos de Martinique (out.24)


§1.
aqui em brasília, onde temos mais artistas que pessoas, às vezes, do nada, paro alguém. paro qualquer um que esteja por ali de bobeira, e pergunto:
– e agora que todo mundo é artista, onde foi parar sua sensibilidade artística?
em seguida, saio correndo. deixando essa bomba com ela.

§2.
em uma renomada galeria, empolgado, fui ver uma exposição. fui decidido a encontrar as virtudes de cada obra de arte, ali exposta. como não sou bobo, pedi auxílio para os mediadores:
– onde encontro as virtudes daquele vídeo? e daquela performance? e daquela instalação?
me responderam:
– ah! você tem que ler a descrição de cada obra. lá você vai encontrar as virtudes que procuras.
e não é que tinham razão? sim! aquelas descrições é que são as verdadeiras obras, mas não elas mesmas com as virtudes das artes da escrita. mas sim com as virtudes que lhes são mais próprias. as virtudes do marketing! eureka!

§3.
outro dia, fui atraído, contra a minha vontade, a um atelier de um determinado artista. mas dependendo do lado que eu olhava, ora ele estava elegante, seguro de si, com gestos pomposos e solenes, ora estava desgrenhado, distraído, com gestos quase que autênticos. mas algo que chamou mais a atenção. vi que haviam pessoas orbitando em volta dele. seu centro de gravidade era enorme. parecia que nada lhe escaparia. foi então que, já que eu fora atraído para lá, pedi ao artista se eu podia dar uma olhada em seus rascunhos, em seus exercícios e estudos para realizar suas obras. eu realmente queria entender de onde vinha tanto poder de atração. imediatamente, o povo que o orbitava gritou comigo:
– você não vê? ele não precisa dessas perdas de tempo! tudo o que ele faz, e toca, já é uma obra de arte!

§4.
naquela madrugada, de sexta para sábado… naquela em que entramos de penetra na vernissagem. então, não tive um sono tranquilo. a uma certa hora, acordei assustado com vultos me rondando e me sussurrando ao ouvido: o que é arte? o que é arte? o que é arte? acendi as luzes, e as vozes pararam. as apaguei. os sussurros voltaram. e assim por mais duas vezes. até que eu fiz um pactos com esses vultos. combinei com que fossem assombrar os ditos artistas daquela verni sussurrando para tais: isso o que você faz não é arte! isso o que você faz não é arte! isso o que você faz não é arte! logo sumiram e dormi o resto da noite como um bebê.

*****
 
na quarta-feira, dia 09 de outubro de 2024, visitei a ApARTE. uma desmedida galeria, por vezes, do tamanho de uma sala de estar paratópica, que cresce à medida que se caminha por ela, por outra, um pequeno quarto de crianças que, como sua imaginação infantil, se expande ao infinito em cada piscar de olhos. sua realizadora é uma cultivadora de quimeras. NIQUIMERA! ou seria NIQRIATURA? ela também se expande, se transmuta, se desdobra. Nique cria, niqria criaturas, lhes traz à existência, não do nada, mas de seu trabalho árduo, permanente, incessante, mas prazerosíssimo, de ajustar sua imaginação fértil e sua sensibilidade vibrante com sua coordenação motora. suas quimeras devem aparecer aos olhos e aos afetos em seu melhor surgimento. a visita que fiz foi para ver a demonXposição Sintetiquos. exposição do mais puro ofício das artes. tudo realizado como a mais radical antítese às 4 anedotas que iniciei esse relato.

*****

§(-4).
para filmar, é preciso ter respeito com o olhar. o olho humano levou centenas de milhões de anos para se desenvolver. niquimera ama olhos. adora também essa sua temporalidade de realizar-se. pois tem um cuidado todo especial com ambos: olhar e tempo. desde a dedicação que os esculpe até o carinho com nossas delicadas estruturas ópticas sensíveis à luz. filma, escolhe o detalhe ali a ser mostrado, texturiza e ilumina! traz à existência seres bioluminescentes das profundezas negras da luz às suas alturas brancas que se projetam.

§(-3)
o horóscopo ocidental reduz as 4 dimensões do cosmos, que se expande e que afasta as estrelas umas das outras, a uma tal coisa, chamada, constelação. falta de imaginação que só tem altura e largura. se não bastasse pensar que a terra era plana, para tal redução, o cosmos também seria uma mera planolândia sem profundidade. ainda bem que niquimera niqria criaturas devoradoras de signos. benditos sejam seus 12 monstros astro(i)lógicos. no entanto, também há um décimo terceiro. um 3D com “d” também de “dracônico”, que está de olhos e língua apontados para você! faminto, faminto...

§(-2)
contra o mundo da bagulhificação ainda há cometas artificiais artesanais vindo em sua direção. um oumuamua que se dá para ver, um tanto decomposto, como o sorridente gato que aparece e desaparece para Alice. aqui na demonXposição Sintetiquos, somos nós que estamos através do espelho, no galeria das maravilhas. e falando nisso… esta não é como a lagarta que fuma narquilê? e aquele não é seu cogumelo divã? e aquilo não é… niqueverso…

§(-1)
em abril de 2019, vimos pela primeira vez na história, a imagem de um buraco negro. o messier 87. foram oito radiotelescópios espalhados pelo mundo trabalhando em conjunto e, dois anos para processarem 5 petabytes de dados. imagino que também é desse modo que niqria. ela também tem seu horizonte de eventos forjado com muita sensibilidade e trabalho. opa! imagino? não! vejo à distância do toque de meus dedos! uma singularidade niqueana, espiralada, com tranças de fitas de moebius, e relatividades, não de einsten, mas de escher. singularidade niqueana cujo universo bebê está ao seu lado. pronto para fugir com o primeiro circo que passar por ali. fascinante, digo, fascinantes!

130 pixels soul to AmAntE da hErEsiA
primavera, cerrado, 2024




[aparição] URUTAU ELÉTRICO dançando no museu da ré-pública (18.set.24)

aparição instantânea do URUTAU ELÉTRICO dançando no museu da república durante o segundo dia do #23.ART & EmMeio#16. [18|set|24].

diversão artística que experimentei usando um vestível de arte e tecnologia chamado PARANGOLÉ ELETRÔNICO - que é uma criação coletiva desde a UNESP Bauru (SP).

valeu demais ao coletivo realizador: @_fcatelani & @lia_sofig (estas que me ajudarem a entrar neste maravilhoso parangolé eletrônico), & @dennis.goth (pela boa troca de ideias)- abração querides!

***
filmagem: Fernanda Catelani
edição: AmAntE da hErEsiA
trilha: FR[A]CKist3nZ





 

[BSBLOrk] comemoração QUEIMA DINOSSAUROS QUEIMA! 12 anos de BSBLOrk (25.ago.24)

QUEIMA DINOSSAURO QUEIMA!

a apresentação da BSBLOrk - orquestra de laptops de brasília, em comemoração a seus 12 anos de existência, aconteceu no domingão, dia 25 de agosto às 19h, na eCCe mONSTRa - microgaleria de audiovisualidades. foi uma ocasião bem especial pois, além da comemoração também rolaram duas estreias: 

[1] minha primeira regência na orquestra de laptops e;
[2] a primeira participação do novo integrante RAFAEL BACELLAR

infelizmente não tivemos registros completos. a live que o euFraktus_X estava fazendo parou nos primeiros 15 segundos, e não percebemos essa interrupção. no entanto, como tocamos utilizando o jamtaba, euFraktus_X conseguiu gravar apenas a sonoridade que acontecia em seu computador, ou seja, a sua, a do Leandro Muñoz Romero. a minha e a do rafael foram como lágrimas na chuva. quem presenciou nossa sonoridade teve uma experiência única e maravilhosa. 

para promover essa comemoração criei uma pr0v0x e duas pr0v0x-ficti0ns. nestas duas utilizei minha mitologia da BALEIA PRETA HACKER CLUBE que acontece no momento histórico onde o céu caiu, o sertão virou mar e o cerrado se tornou elétrico.

pr0v0x:


e as duas pr0v0x-fictions:







[mUZinistA] TRISTES ENTRÓPICOS primeiro álbum de meu novo projeto musical FR[A]CKist3nZ (ago.24)

primeiro álbum de novo projeto musical! 

TRISTES ENTRÓPICOS
FR[A]CKist3nZ

lançado selo virtual de música experimental eletrônica em Brasília:



texto de apresentação por PHIL JONES:

k[A]l3utun 0v[E]rdr1v3 está de volta. Desta vez com um novo codinome: FR[A]CKist3nZ. Uma palavra aglutinada cujos elementos combinados são “Fractal”, “Hacker” e “eXistenZ” de Cronenberg.

Fractal vem do software "holofractal" de euFräktus, criado para a Orquestra de Laptops de Brasília, adotado por k[A]l3utun 0v[E]rdr1v3. Mas, em vez de usá-lo, como pretendido (como improvisação ao vivo), ele grava várias faixas, aumenta seu volume ao máximo e as entrelaça em uma explosão torrencial de puro ruído elétrico. Do tipo, ou que arrasa cidades, ou que te ajuda a ter um bom e relaxante sono.

Este é um EP extraordinário, que destaca algo que pode ser menos evidente no lançamento anterior do k[A]l3utun 0v[E]rdr1v3 (dionysian-industrial.bandcamp.com/album/h4ck1ng-fantasma-outras-bruxarias-do-c4os): uma forte conexão com a cultura popular/folclórica brasileira. Mais claramente aqui, as letras estão em versos simples rimados, derivados da narrativa popular, em especial, do “cordel” (ou “cordel nordestino”, já que estão amplamente associados à cultura rural mais antiga do Nordeste brasileiro).

Os Cordéis são livretos pequenos e impressos de forma barata, que contam uma história ou descrevem um lugar, na forma de uma balada rimada. Geralmente acompanhado por ilustrações, bem característica, em estilo de impressão xilográfica (gravura em madeira). k[A]l3utun 0v[E]rdr1v3 em si, e os outros projetos do artista, dialogam com esse estilo popular, utilizando tanto o esquema de rimas nesta música cybernoise, quanto imagens reminiscentes em diversos produtos visuais, como zines e vídeos.


Para a capa deste lançamento, voltamos ao rico mundo de construção mitopunk do artista. A figura do Tamanduá Bandeira Negra: um híbrido ciborgue de tamanduá-bandeira e humanóide, é um historiador de um futuro distante que investiga, por meio de uma série de zines e CDs de compilação, uma cultura experimental do cerrado há muito tempo extinta. Vemos, também, a Baleia Negra: uma imagem icônica de uma arca biônica, preservando o conhecimento, enquanto nada pelos oceanos que outrora fora terra firme. Esses observadores do futuros olham para trás, para “a invasão das telas”: nosso próprio drama histórico enquanto nos fundimos com nossas tecnologias de espetáculo.

Liricamente, você pode se surpreender. O ruído é, quase por definição, escatológico. E há passagens neste EP que dão a sensação de que a entropia finalmente venceu e um ruído branco é tudo o que resta no fim dos tempos. E, no entanto, há muita positividade aqui. Um anseio utópico. Liberdade de religião, fronteiras e rituais sem sentido. Até mesmo a faixa “de Veias Abertas”, enquanto documenta medos de futuros desconhecidos e se aproxima do sentimento que Bruce Sterling descreve como “Dark Euphoria” (“Você pode não acreditar nas possibilidades, mas nunca pensou que teria tanto medo delas.”) é pontuada por reluzentes e belos toques agudos. Como se estivéssemos flutuando com uma esperança cintilante através de uma caverna de cristal.

A faixa final é quase que um renascimento da alma, para além da humanidade. Onde uma enxurrada de ruído branco lava o mundo, limpando-o e tornado-o, mais uma vez, novo. E nos tornamos completamente alienígenas. Quando as letras poéticas chegam, tudo isso não se parece tanto com uma mirada ao futuro, e sim, mais às nossas histórias primitivas contadas ao redor de uma fogueira, olhando para ele.

NB: O download vem com a letra em PDF

*****



pr0v0x:


o projeto FR[A]CKist3nZ nasceu da ideia de fazer música utilizando como instrumento principal o software FRAKMSP, criado pelo grande eufrasio prates (euFraktus-X), regente da magistral BSBLOrk - orquestra de laptops de brasília. a ideia é explorar ao máximo essa ferramenta para produzir a sonoridade que nomeei de transdução hardcore. já para as temáticas que servirão como atmosfera do projeto as nomeei de fr[A]k-f(r)iction, ou seja, narrativa ficcional especulativa cuja fractalidade fricciona com nossa realidade.

FR[A]CKist3nZ junta três experiências: o FrakMSP, o H[A]CKitvismo ciberpunk cerraca, e eXistenZ (filme de David Cronenberg). anteriormente eu já havia realizado o remix H[A]CKistenZ, projeto ciberpunk tocado por mim no Calango Hacker Clube, de brasília.





[BSBLOrk] interação sonora com a obra LUSCO FUSCO de Cecília Lima (04.ago.24)

foi uma experiência maravilhosa que fizemos, por meio da magnífica BSBLOrk (@bsblork ), com as obras fascinantes da exposição Lusco Fusco da talentosa artista Cecília Lima (@cecilialimastudio ). tudo isso aconteceu na grandiosa deCurators (@decurators ) - eficiência, amor & selvageria - no domingo dia 04 de agosto às 19h.

como eu já disse em outra ocasião: para um Zineasta como eu, uma coisa é a presença, outra é uma live, e uma terceira, a aqui disposta, é o gesto zinematográfico dos registros feitos. aqui o fiz a partir da live transmitida por euFraktus_X (@eufrasioprates ).

divirtam-se e aguarde a próxima aparição.

[eCCe mONSTRa] TUCANDEIROMANCERS 2 (31.jul.24)

sim! ela está voltando! a eCCe mONSTRa! nossa microgaleria de audiovisualidades! @eccemonstra 

no dia 31 de julho, quarta-feira, a partir das 20h, voltamos com TUCANDEIROMANCERS 2! minifestival de áudios experimentais realizado como jam. também foi dedicado ao nosso grande amigo PHIL JONES e seu grande selo DIONYSIAN INDUSTRIAL COMPLEX! tivemos muitos convidados e convidadas para fazer uma sonzêra da melhor qualidade!

para provocar a vontade de virem prestigiar nossa deliciosa jam, criei duas pr0v0x.

pr0v0x #01

pr0v0x 02


e para quem não pôde vir, deixo aqui dois vídeos que editei sobre nosso grande acontecimento. para um Zineasta como eu, uma coisa é a presença, outra é uma live, e uma terceira, a aqui disposta, é o gesto zinematográfico dos registros feitos. eis aqui:

ZídE0 #01:
zinematizado a partir da live que o grande euFraktus_x fez


ZídE0 #02:
zinematizado a partir dos registros que fiz

quadro com a assinatura de todes que participaram desse delicioso evento!


[A]nark_I.A. v.02 - mais 5 cards anarquistas para zines futuros

resolvi fazer um segundo volume de cards, a partir de meus estudos sobre temas anarquistas. novamente criei frases de impacto e criei prompts para a geração de imagens por I.A.s. como feito em [A]nark_I.A v01, escolhi as que mais me agradaram. e sob o espírito zineiro, montei um card por dia para ser postando diariamente no instagram. desta vez resolvi trabalhar com cores primárias e acrescentar desenhos geométrico básicos. ao todo foram 5 c[A]rds.






 


[ARTIGO] "Cria_Ciber Ciberpunks do Cerrado: Narrativas Visuais que se Insurgem contra o Binarismo Anticósmico"


e no livro
XENOPAISAGENS:
ARTE, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

organizado por Carina Ochi Flexor … [et al.]. publicado pela Universidade de Brasília, no Departamento de Artes Visuais, eu e o Ciberpajé escrevemos o artigo

"Cria_Ciber Ciberpunks do Cerrado: Narrativas Visuais que se Insurgem contra o Binarismo Anticósmico"

que pode ser conferido a partir da página. 465.

acessem o livro aqui:


Resumo

Esse artigo trata do processo criativo de narrativas visuais criadas no contexto das pesquisas realizadas no Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG) nos anos de 2022 e 2023, destacando a inspiração dessas obras baseadas em uma poética que se insurge criticamente ao conceito artístico e mágicko de Binarismo Anticósmico (FRANCO, 2022), e suas implicações socioculturais como indutor de extremismos, também aos universos ficcionais transmídia da Aurora Pós-Humana e de MekHantropia e finalmente aos conceitos insurgentes de Brega Ciberpunk (SOUTO e FRANCO, 2023) e Quadrinho Poético-Filosófico (SANTOS NETO, 2009). A análise dos processos criativos foca-se em 3 obras de videoarte, 3 narrativas gráficas em quadrinhos, tatuagem e HQtrônicas.
quando falamos "eu penso que...", quem será que escondendo? a voz do pai? da mãe? dos/as professores/as? padres? policiais? da moral burguesa ou proletária? ou as idéias de alguém que já lemos? escutamos? ou...
 
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