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bem vindo e bem vinda. este é um labirinto herege: um desafio para medir a astúcia de quem me visita; um convite à exploração sem mapas e vista desarmada. aqui todas as direções se equivalem. as datas das postagens são irrelevantes. a novidade nada tem a ver com uma linha do tempo. sua estrutura é combinatória. pode começar de onde quiser. seja de uma imagem, de um texto, de um vídeo ou mesmo de uma música. há uma infinidade de escolhas, para iniciar a exploração, para explorar esse território e para finalizá-la. aproveite.

& à cAmiNHo do :(){ cEmiTériO:|:de:|:elePUNKes };: foi então que apareceu uma rApOzA AbissAl

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01.
animais abissais passaram a ser pessoas; a bioluminescência dos seres mudaram. (V=λf)

02.
abismos herdados pelo amor, pela criatividade & pelo tornar-se experimento de si, depois que a humanidade caiu em niilismo... ora vazia, ora esvaziadora... Z0 = E/H = μ0 c0

03.
abismos vulcânicos transgressores. é preciso muita lava para transgredir o esvaziamento! & quanta vergonha para aquela pessoa niilista... Z0 = (119,9169832)π Ω ≈ 376,73031346177 ... Ω

04.
esta lava especial trouxe à superfície, belíssimos animais abissais. tua luz é da negritude da ordem da matéria escura que preenche o cosmos. r0 = 1.9 x 10-29Wh0gcm-3 que olhos incríveis! só poder ter uma visão singular sobre tudo isso.

05.
amas de modo plural; como podes ter apenas um amor, se teu coração é cheio de tentáculos afetuosos?

06.
ela se transformou, seu povo segue em perambulações ao acaso, é tudo original, o maravilhoso impera!

07.
sem dádiva, tudo está perdido; sem abundancia tudo é ilusório;

08.
quem nela se inspira, eis a tua herança; quem ela se inspirou, eis o teu mais precioso tesouro.

09
crie, então, como quiseres: sua obra nos toca & nos torna artistas em plenitude imaginativa & amante. impossível ser imune & não amá-la desde seus próprios abismos.

10.
é inútil resistir. é preciso se entregar. sem culpa, nem vergonha. é preciso libertar seu corpo das garras da alma. S~1088

11.
quem pretende ser impermeável ou refratário à tua bioluminescência faz de tua vida um todo já planejado; um todo determinado & previsível. v = H0.d

12.
não!

13.
faça de tua vida uma existência experimental!


INTERMEZZO

– anotações neuroafetivas rehumanas –
– data trans-estelar: -300959.81735159806 –

inscrições rupestre-futuristas:

de frente: “esta obra pode ser interativa” – toque o sino e jogue uma ideia ao espaço –
“faça de sua vida uma existência experimental”
à direita: “o erro é o alvo, a perfeição é uma des-honra.”
à esquerda: “firme, disposto, eis-me aqui, falou o arbítrio – rApozA”


objetos anarqueológicos:

– caixote-cápsula-multi-dimensional média feita de matéria escura;
– pequena caixa, também de matéria escura, de bruxaria biohacking. contém:
> artemísia (erva da vida, erva das bruxas ou a deusa das plantas);
> alecrim (escudo contra baixa energia do intelecto & da sensibilidade);
> dente-de-leão (planta solar de mirada ao futuro);
> hibisco (flor ligada à vênus que inspira abundância);
> marcela-do-campo (erva de oxum & nanã);
> anis estrelado (especiaria para fortalecer amizades verdadeiras);
> capim-santo (sangue vegetal para acalmar);
> camomila (a médica das plantas que cura as plantas vizinhas das suas doenças);
> olho-de-boi (no meio da testa simboliza visão interior & poder – emissor & receptor);
> barbatimão (nativa do cerrado, yba timó, “arvore que aperta”);
> canela (filha do fogo que propicia o amor erótico);
> um dente mesmo de jacaré (para fins de sentimento de fortalecimento);
> um coletor menstrual com sangue (a própria vida da alma que a batiza tal qual o batismo de fogo).
– glamour feitiçaria: espelho pelo qual se vê um sonho acordado de sua demiurga.
– potinho com alho: cápsula de proteção a tal protetor.
– coração-invólucro de matéria escura forrado com calêndula (flor de todos os meses para afastar a violência) & uma chave (para abrir as portas do amor & da plenitude) sobre ela.
– aliança & cápsula, ambas também forjadas em matéria escura. há a inscrição rupestre-futurista “não”. um poderoso jogo de encruzilhadas contra a instituição falida do casamento & pró amores polifônicos e diversos.
– círculo-invólucro de matéria escura forrado com guaco (erva fria & calmante que estimula o amadurecimento individual) & cartão de memória (cápsula do tempo para fins criativos) sobre ele.
– preservativo & um pisca-alerta: amai-vos & não vos multipliqueis!


OSSIA


transcrição do holovisor desmórfico:

cena 01:
ruínas de ferro contorcido, madeira queimada, vidro estilhaçado & equipamentos de áudio, vídeo & holografia em perfeitas condições de uso metareciclador. mas ruínas da mais alta expressão de organização: a anárquica. pUnk[A]l_sUlUk adentra. olhos atentos. vivos. há um delicioso aroma de ervas, flores com notas de sangue ancestral. esses cheiros trazem recordações; fazem o intelecto, a sensibilidade e os afetos se expandirem. seus ouvidos se afinam aos ruídos arco-íris do ambiente. psicodelia em desvio aos tons negros. sua pele se arrepia. é como se estivesse nu em uma estrelada noite de verão no cerrado. sua kundalini é ativada. sobe da base de sua coluna e lhe coloca em chamas criativas. aqui o presente holovisor desmósfico oscila. a energia liberada é muito poderosa. gliths nanorobóticos acontecem. pixels vivos que se movimentam como o burburinho dos estorninhos. a forma de uma belíssima raposa se condensa. é uma kitsune de matéria escura. sua bioluminescência é abigarrada, manchada, mosqueada, ch’ixi.

cena 02:
gliths nanorobóticos de um antimetaverso de fundo de anarquismo fantástico indicam que tal belo holoanimal abissal chama-se rApozA sUjA. uma demiurga do tipo ewá orixá, que além de ambas protegerem a sensualidade & a beleza, também enganaram a morte por diversas vezes. será que em seu DNA transmórficos contem rastros da turritopsis dohrnii? pois seus movimentos são ágeis, fortes e delicados. impossível para alguém de tantos séculos de existência experimental. seu intelecto, sensibilidade & afetividade estão a anos-luz de nós pós-humanos. vê-se em seus olhos que há muita vitalidade. sua vida em experimento se expande como o pando, a floresta de uma árvore só. ela olha com ternura para pUnk[A]l_sUlUk. & lhe sussurra, ao mesmo tempo em diversas línguas, uma única palavra de inspiração. ele está completamente encantado. pUnk[A]l_sUlUk entende a mensagem. seus ouvidos vibram na mesma frequência de toda ruidalização libertária. um pequeno tapete de grama sintética, replicante, surge sob suas botas gastas por tantos caminhos desbravados e inventados por elas. logo se ajoelha diante do caixote-cápsula-multi-dimensional rapoziana-sujística.
 
cena 03:
um umbral abraça o espaço. ofusca todo o presente holovisor desmósfico. no entanto, como um trovão longínquo, é possível o sibilar de um sino. em seguida, ouve-se as seguintes palavras da boca de pUnk[A]l_sUlUk:

certa vez, assim falou nietzsche: "outros povos nos deram santos, os gregos nos deram sábios". daí acrescento: "nós, párias apátridas, parimos hereges". sem gritarias assistimos todos cumprirem seu papel histórico: o senso comum, os mitos, a religião, a arte, a filosofia e a ciência. muletas do pensar sedentário, inventores de igrejas, galerias, cátedras, laboratórios e estados, apenas para garantirem sua duração no tempo. apenas separam a liberdade da libertinagem.

nada mais se vê. nada mais se escuta. nada mais perfuma. no entanto, sabe-se que dali nasceu um novo cosmos. algo de proporções monstruosas. pois nossos radiotelescópios detectam a poderosa radiação de fundo desta caixote-cápsula-multi-dimensional média feita de matéria escura chamada “faça de tua vida uma existência experimental”... ecce monstra!

fim da transmissão... fim da transmissão... fim da transmissão... fim da transmissão...



L[É]O:|:pim[E]nt[E]L,
[A]m[A]nt[E]:|:d[A]:|:h[E]r[E]si[A]
M[E]t[A]²rtist[A] :|:tr[A]nsmídi[A] :|:da:|:inc[E]rt[E]z[A]
vErÃO, cErr[A]do, 2022







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