AntiEmpreendedorismo:
pessoas em resistência antiautoritária e anticapitalista passam uma vida inteira engajadas na autogestão da sobrevivência, no autogoverno desde e com suas respectivas comunidades, e na autorreflexão crítica sobre suas práticas políticas. tudo isso sem esquecer que, a causa primordial de suas vidas, é a criação de um mundo onde possam viver em plenitude, sem competir, mas sim compartilhando e, onde o trabalho seja uma festa coletiva de aprendizados e crescimentos mútuos. sabemos que, o exercício dessa nossa criatividade não pode ser, jamais, uma política de qualquer que seja o estado-nação. já que o modo destes existirem é, um duro e mesquinho, poder-imposição. tal adquire as mais diversas formas. dentre as quais, várias delas, chegamos a aceita-las sem nenhuma resistência crítica. assim, por exemplo, se dá com a mais enganadora delas: o tal “empreendedorismo”. sim! empreender é a expressão de uma política capitalcêntrica. ou seja, tem como centro de gravidade o capital, e não a emancipação. deste modo, o empreendedorismo não está nem além e nem contra o capital; é mero dispositivo encantador da globalização neoliberal. ao empreender, todo o seu agir, seu colocar ideias em prática, seu batalhar por elas, e todas as suas tentativas de realiza-las é, simplesmente, direcionados à internalização máxima da relação econômica da escravidão: opressor/oprimidx. aceitar ser “patrão de si mesmx” é, aceitar ser a expressão de uma profunda e perversa relação de exploração, ao mesmo tempo em que, desavisadamente, oculta-se o rosto dos exploradores. o que significa passar 24 horas por dia, 7 dias por semana, 30/31 dias por mês, 365 dias por ano, agindo contra qualquer condição de sindicalização, esquecendo por completo o cooperativismo como modelo econômico e, por fim, isolando-se na mais completa fetichização e mercantilização de sua própria vida: acumulação, progresso individual e clientela do desenvolvimentismo. vide a uberização atual que vivemos. empreender nada tem a ver com uma economia para a autonomia. já que esta é, antes de tudo, um pensar criativo com as/os outras/os, desde as/os outras/os, onde, coletivamente, recuperamos e desenvolvemos nossos sistemas de vida e direitos históricos anteriores ao estado, para descolonizar nossa história, nosso pensamento e nossas formas de levar a vida.
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zine FAZERES (aperiódico - número 01)
A intenção é transformar este espaço numa discussão coletiva, uma vez que sabemos a importância do zine como um modo de se expressar opiniões e posicionamentos no meio anarcopunk. Por circular em diversos grupos, pessoas, cidades, regiões e países e, por tornar público tudo o que a grande imprensa despreza, os fanzines assumem papel fundamental do movimento anarcopunk.
Sumário
- Capitalistas somos nós!!! Acusamos o patrão de capitalista e reproduzimos no cotidiano as relações hierárquicas de propriedade de exploração (Denis Tulio Facundo);
- Todos ser humano trabalha com a extrema fadiga de suas forças por algo que não possui valor algum (Dan);
- Nem deuses nem mestres nem pátria nem patrão nem trabalho: liberdade autogestão apoio-mútuo autonomia vida amor-livre (Bizarro Zangado);
- Antiempreendedorismo (Amante da Heresia);
- Qual trabalho? Repensando nossas dinâmicas (Marina Knup);
- Faça você mesmx como recusa ao trabalho brutal e desumanizador (Maurício Remigio)
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