revisionismo insurgente: antes de tudo, uma assertiva: reescrever a história! “hasta que los leones tengan sus proprios historiadores, las histórias cacería seguirán glorificando al cazador” (provérbio africano). reescrita por retirar da história seu designador rígido ideológico de “processo superador” (erro e fantasma ideológico). insurgente por irromper da cotidianidade em sua condição única, incomparável, irrevogável e irrepetível. livre do engajamento em história (nem passado perdido nem futuro a instaurar). livre da tentativa de tradução de “processos históricos” para o mundo cotidiano (passageiro e desastroso). cada ato individual é uma abertura a-histórica desprendida de “espírito de época”. é um recolocar (adequação a nada). é um produzir outra realidade (fracasso do controle prático e fracasso do controle intelectual). é seu elemento construtor e destruidor que se manifesta nos gestos do dia-a-dia. meio que revisa a história para alcançar algo além da história mesma. não um além de qualquer outra ordem. sim um processo de estrutura complexa em muitos níveis não lineares. ruptura com a unidimensionalidade do pensamento histórico ocidental.
pluralética: desobediência epistêmica própria da interculturalidade da américa-latina (reivindicação indígena de direitos epistêmicos). desobediência lógica (instantaneidade e artificialidade) contra os domínios da oposição maniqueísta interna aos conceitos – em sua concepção básica moderna (retórica triunfante de salvação e boa vida para todos/as) e eurocentrada (forma de pensar fundamentada no grego e no latim). resitência invisível plurilógica além da dialógica (interpenetração de contrários) e do discurso triunfante (passagem da quantidade à qualidade) da síntese como ação recíproca da tese e da antítese. constituição de um domínio aberto a todas as possibilidades de inexistência de natureza; de todas as possibilidades dos agregamentos tanto fortuitos quanto artificiais (estado de acaso, utilização de acaso, faculdade de utilizar o acaso); de todas as possibilidades de violação das “naturezas” instituídas; e de todas as possibilidades de se prescindir de qualquer referencial ontológico.
Comentários:
Postar um comentário