num diálogo comum, duas ou mais pessoas falam e escutam intercaladamente. marcia tiburi e fernando chuí assim se propuseram em seu projeto diálogo/desenho. falaram e escutaram, mediante a troca de correspondências. a intenção de ambos era a da troca de percepções, experiências e reflexões sobre a questão do desenho. o resultado é fantástico. muito inspirador. porém...
em todo o momento de minha leitura, eu era tentação inquieta. sentia-me um terceiro excluído. eu queria falar. ser um inturmão, como dizem. um intrometido. meter o nariz onde não é chamado. mas... eis que de repente, não mais que de repente, saltei de minha inquietação. saltei como um intervalo de três tons correspondente a uma quarta aumentada. uma entoação difícil. um trítono – como os medievais diziam – saltei como um “diabolus in musica”. insurgência diabólica. meti o bedelho bem no meio desse profícuo diálogo. pura má educação; perturbação dos bons costumes. assim, arbitrariamente, escrevi um diabolus/desenho. Já que o símbolo é aquele que une e o diabolus aquele que separa, divide. dividi. sem permissão, omiti todas as correspondências de fernando chuí. o silenciei para ficar em seu lugar. o silenciei para ficar apenas com as escritas pela marcia tiburi. ah... belíssimas e inspiradoras idéias!
eis as minhas cartas às de marcia.
léo pimentel, amante da heresia
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