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bem vindo e bem vinda. este é um labirinto herege: um desafio para medir a astúcia de quem me visita; um convite à exploração sem mapas e vista desarmada. aqui todas as direções se equivalem. as datas das postagens são irrelevantes. a novidade nada tem a ver com uma linha do tempo. sua estrutura é combinatória. pode começar de onde quiser. seja de uma imagem, de um texto, de um vídeo ou mesmo de uma música. há uma infinidade de escolhas, para iniciar a exploração, para explorar esse território e para finalizá-la. aproveite.

AprOpriAçÕEs AssimÉtricAs das OrdinAriEdAdEs pOÉticAs AldiAnAs (2023)

AprOpriAçÕEs AssimÉtricAs das OrdinAriEdAdEs pOÉticAs AldiAnAs

lÉO pimEntEl
(pigmento+pixel soul to)
– [A]m[A]nt[E] da h[E]r[E]si[A] – cerrado, verão, 2023

 

alda assimétrica, alda ordinária. – alda em assimetrias ordinárias. onde aquilo que lhe repete como regularidade é a magia poética. mágica nada sobrenatural, pois acontece & sabemos de onde ela veio; muio menos de truques de festinhas de criança. sua “magia” significa arrupio, frio na barriga; significa sentir-se em liberdade plena. daquele jeito que dá vontade de cantar gritado & sair rodopiando sem roupa nenhuma com uma taça de vinho do que deu pra comprar & a gente adora! magia assimétrica & neon! essa magnífica iluminação ordinária de letreiro pré & pós cyberpunk de chinelo, bermuda, peito nu & suor na testa.

alda palavra, alda imagem. – alda em palavras & imagens. & sem essa de uma imagem valer mais do que mil palavras! aqui a horizontalidade do abismo é que prevalesse. ambas possuem seus graus de intensidade & suas profundezas em  perfeita mutualidade. nenhuma palavra descreve. nenhuma imagem ilustra. condição orbital em que ambas giram em torno de uma supernova aldiana. como sei disso? minha astronáutica cheia de recantos obscuros, ruas sem saída, becos, vielas & portas bloqueadas & escuras. ah! & de minha cosmologia anti unus verterem, ou seja, não há uma coisa só que gira. é, portanto, contra-universal. ali me encontrei aldanauta.

alda cinzas, alda cores. – alda em múltiplos de cinquenta tons de azul & rosa. azulações rosísticas, rosações azulísticas. palavras em branco, em preto. páginas arco-iris. livro ciano. livro magenta. livro amarelo. livro preto. fotografas aqui. faz colagens acolá. intervém na imagem ali. as decompõe alhures. posição. cisão. compõe. dispõe. evoca. alude. são muitos os saltos de sua dança. irrupções extra ordinárias. é uma farra de dar nó em pingo de tinta. trem bão descarrilhado. êta artêra custosa! quem disse que a circularidade não apronta das suas? quem disse que a solidão é possível? não foi vc alda! vc me disse que o isolamento é uma coisa relativa. tipo um trupicar em si mesme.

alda desmoronante, alda renovante. – alda entre caosilações impostas & voluntárias, até... dar com a cara no muro? não! mesmo que a poesia não brote, que o amor evapore, que a boca seque, vc me diz que ainda brilha seu desejo cancelado; que não se importe, prossiga. que se siga os rastros do incerto presente, com seu singelo-frágil escudo mais próprio, em seu inexpugnável lastro, querendo ou não o movimento do dia. pare & repare os bons ventos à proa. recorra às efemérides. mas esteja em atenção! pois o corpo é seu, & de mais ninguém! malleus maleficarum!

alda escorregável, alda inspiração. – alda em dança de salamandra, maquiavelicamente, desenhando paisagens jamais vistas. ou seriam, jamais sonhadas? já que acordas querendo dormir. já que amas a dormência do vinho. instalada no limbo, em espaços sortidos, em excelente companhia, com corretor ortográfico desativado, seguindo por outras rotas, tudo em nosso riso histérico de cada dia. & não de toda desinteressada, já que há planos destrutivos & um punhado por nadas, só para serem chamados de seu. mas nada que vantagens invisíveis de ser seu próprio fantasma não esvazie. o peso dos excessos, o desconforto latejando na aorta, o ir a reboque, táticas às avessas, só mesmo  para flanar.

eita alda para lembrar da saudade! eita alda das memórias difusas! – eita alda em cruéis palavras para redimir. por elas contemplamos a vida lá fora; andamos a esmo; encerramos a ronda do dia em dissidência desejante de fugas. talvez para uma sorveteria, ou para beber cachaça amarga. não importa. o importante é que, mesmo nestes traços de espera mansa, enquanto a impaciência ainda não engravidou sua letra, ali meio morrida & inexata, alda, você, esta nossa bonança que antecede o fim do mundo. que assim seja! amei naufragar em tuas palavras & em tuas imagens. obrigado por compartilhar com a gente suas assimetrias ordinárias. 



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quando falamos "eu penso que...", quem será que escondendo? a voz do pai? da mãe? dos/as professores/as? padres? policiais? da moral burguesa ou proletária? ou as idéias de alguém que já lemos? escutamos? ou...
 
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