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bem vindo e bem vinda. este é um labirinto herege: um desafio para medir a astúcia de quem me visita; um convite à exploração sem mapas e vista desarmada. aqui todas as direções se equivalem. as datas das postagens são irrelevantes. a novidade nada tem a ver com uma linha do tempo. sua estrutura é combinatória. pode começar de onde quiser. seja de uma imagem, de um texto, de um vídeo ou mesmo de uma música. há uma infinidade de escolhas, para iniciar a exploração, para explorar esse território e para finalizá-la. aproveite.

o OrÁcUlO cOrpAlmA de liAnA kEllEr (rEsEnhA p0ÉticA-simbÓlicA 2022)




de cara, um rei de copas. chega, como um mensageiro, ao cerrado, onde estou. à minha porta de galhos retorcidos e raízes profundas. veio desde porto alegre, de um rs que é tanto rio grande do sul, quanto risos, mesmo. ele está amassado, um tanto apoquentado. é preciso evitar nova dor no curso do amor. para isso é preciso habilidades artísticas que inspirem. pois bem! mensagem recebida! a força aqui é inspiradora e amorosa!

o vexado rei de copa também está em quebranto, encantado, de cabeça para baixo. trouxe uma carta em uma amarração elástica com a palavra oráculo. é um embrulho. e sim! é um oráculo envolto em um belíssimo tecido contendo uma adorável chuva de estrelas silkadas com amor e dedicação. certamente um sonho iniciático.

oris, boca em latim, seu diminutivo, oraculus. desse modo, para o povo romano, o destino é dado à boca pequena, em voz baixa, às caladas, em surdina, na intimidade. assim também vem o fóton, a partícula elementar, o quantum da força eletromagnética, que ao olho pequeno possibilita a visão refinada, por grafia, fotón-grafia. mas para tal refinamento elementar é preciso uma artífice, uma pessoa de extrema sensibilidade para realizar trabalhos manuais e imateriais. estes que nada mais é do que trazer à existência, aquilo que até então, não existia, ato poético, poiesis. mas não qualquer poiesis, mas uma que esteja em presença, em estar-“con”, junta ao tempus, projeta-te com quem vives na mesma época. vidas de corpo e alma. mas não tendo o corpo como prisão da alma, mas tendo-o como aquilo que traz à alma sua mais plena liberdade. todo este gesto, dado por uma bela e sensivelmente poderosa demiurga de intelecto singular, resumido em palavras por esta outra forma de boca pequena da seguinte maneira: oráculo corpalma – um oráculo fotográfico, artístico, poético, contemporâneo.

sim, mas de quem é tal gesto cosmogânico? dizem ser de uma demiurga-cipó lenhosa e selvática que conecta almas. liana das almas! seria ela, um tipo de ayahusca humana? um precioso elo delicado e sutil que nos conecta à realidade vegetal! demiurga-pessoa-cipó que nos provê, trazendo à existência, as mais fantásticas mirações impossíveis para vermos até então! pois não são do tipo que queremos ver, já que nada tem a ver com conforto, mas sim do tipo de miração que necessitamos ver. necessidade de sermos lançados/as rumo aos mais belos contatos abissais conosco mesmos/as. necessitamos seguir em frente. necessitamos que liana nos desvele! liana keller – artista visual, arte educadora, performer, taróloga.

de imagear único, brilhante e revelador joga com a multiplicidade das percepções, com as nuances da intuição e com o exercício mais refinado do intelecto. interpreta em dança bincante. constrói sentido como numa improvisação musical jazzística. virtuosa performática cuja cena inventa cosmos inteiros, sem o menor pudor. as emoções que dai brotam têm tantas cores, como se fossem a crição/composição de uma floresta amazônica bioluminescente. eis a mística disto! a profundeza abissal se reconhecendo como intensidade florestal. ou, em outras palavras a amazônia se reconhecendo com a zona abissal de um atlântico a dentro. espelhamento como habitat natural para florescer a vida bioluminescente de arcanos poéticos, intuitivos, performativos, inventados! demiurga coletivizada, descêntrica e sem hierarquia com os seres que inventara e que, no ato de invenção, contribuíram com a auto invenção da própria demiúrgica!

sendo brincante esta poderosa ferramenta de autoconhecimento e autorrealização, brinquemos! aqui estou com as cartas dispostas diante de mim. ao meu lado, o livreto explicativo/poético. tenho aberta a página “formas de jogar”. antes de escolher qual posição prefiro, me concentro nos assuntos que me interessam. preciso de orientação do oráculo. formulo uma questão. bom... na verdade roubo uma questão! e ela é a seguinte: qual o significado da vida, do universo e tudo mais? no meu caso não precisei esperar o cálculo de milhares de anos. de imediato a resposta foi... tan tan taaannn 40! hahaha são 40 cartas com imagens de arcanos inventados sem numeração! genial! agora, com licença que vou curtir os louros dessa brilhante resposta lianiana!

 
L[É]O:|:pim[E]nt[E]L,
[A]m[A]nt[E]:|:d[A]:|:h[E]r[E]si[A]
M[E]t[A]²rtist[A] :|:tr[A]nsmídi[A] :|:da:|:inc[E]rt[E]z[A]
cArnAvAl, cErr[A]do, 2022 
 

 


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quando falamos "eu penso que...", quem será que escondendo? a voz do pai? da mãe? dos/as professores/as? padres? policiais? da moral burguesa ou proletária? ou as idéias de alguém que já lemos? escutamos? ou...
 
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