horror à linguagem alienada –
uma ruidalização de pUnk[A]l_sUlUk
live apresentada no I Seminário de Pesquisa em Arte - Poéticas Artísticas & Processos de Criação - I SPA (26.xii.2020)
a transparência da linguagem é o sonho de qualquer algoritmo: se expressar por ela ao ponto dela desaparecer enquanto tal. na fala e na escrita, a gramática é a grande agente da transparência. um texto bem escrito e uma fala bem dita é como se expressassem uma ideia pura, cristalina, de acesso direto. mas não. isso significa sim um adestramento do poder da ideia. adestrar para que seu poder não distorça o bom andamento das regras da língua pela qual se pensa. no entanto, as mais intensas poesias, as mais profundas filosofias, são aquelas que abalam as estruturas de sua própria língua, para com isso, transforma-las. mas para que esse acontecimento efetivamente ocorra é preciso sentir, intensa e profundamente, uma paixão específica: o horror à linguagem alienada. é preciso sentir horror à transparência para que algo poderoso e renovador seja trago às nossas vistas e aos nossos ouvidos. e falando nestes, tal horror não exclui a música. nesta é o barulho não desejado que nos lembra o quanto estamos ou não em alienação sonora. estar em transparência, ou seja, estar em alienação é confortável. no entanto, aqui não é um espaço para o conforto!
\m/ [oO] instrumentos utilizados [Oo] \m/
CELULAR em Morphine pain killer by Binaural Beats Therapy.
VITROLA em ep Burnin my Dream.
NOTEBOOK em VCV Rack - the Eurorack simulator.
FURADEIRA ELÉTRICA
SERRA TICO-TICO
DEN DEN DAIKO
BERIMBAU com pedal de distorção
TEREMIM ÓPTICO com Laterna e dois Mini Ventiladores
VOZ
\m/ [oO] texto lido: mAnifEstO rUÍdOs|em|rUÍnAs: bAlAdAs mUst diE [Oo] \m/
§01 aqui o ExpEr!mEntAl se refere à arte sabotagem concisa, livre de convenções & formalidades, a meio caminho entre a linguagem anárquica & a instrutiva. por meio de experimento(s) de formas distintas por cada experimentadora do assunto, experimenta-se sem normas rígidas & fronteiras, experimenta-se sobre o áudio, o vídeo & o verbo segundo o ângulo intersubjetivo da !nvEnçÃO coletiva autoral.
§02 colocar-se em ExpEr!mEntO. não simplesmente experimentar. não só verificar a qualidade disto ou daquilo. sim, pôr-se à prova. e assim, não é a ExpEr!Ênc!A que se realiza nas balada$. e sim, o eco da tristeza cínica diante da incapacidade em assumir uma Ex!stÊnc!A ExpEr!mEntAl. já que depois da balada, o mundo volta a $er como era ante$, sem mais nem menos.
§03 chega de mais do mesmo. que o retrô não se torne uma ideologia conservadora. o que aconteceu à ExpOntAnE!dAdE?que a Or!g!nAl!dAdE volte a ser perigosa! sejamos !nsOlEntEs ao entretenimento. dEsrEspE!tEmOs a sobriedade e a embriaguês higienizada! que a vOz da(s) fEstA(s) esteja(m) para além da comodidade e do medo!
daqui nasce(m) a(s) nossa(s) cOnsp!rAçÃO(ÕES)!
\m/ [oO] léo pimentel - pUnk[A]l_sUlUk [Oo] \m/
\m/ [oO] concepção do figurino: pUnk[A]l_sUlUk & luiz fers || confecção do figurino: luiz fers [Oo]
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