é muito feliz encontrar alguém na rara condição da busca pela autenticidade. feliz, por ser um encontro ao acaso, como numa festa que irrompe o cotidiano. rara condição, por ser um desencontro com a tendência geral da busca por fazer parte de uma manada inautêntica qualquer. é uma alegria de força maior esbarrar com outra autêntica. esbarrar em e para uma dança poética. é ela, sibilante de presença focada em criar cura: iv sacerdotisa danielle barros.
em um dia qualquer, em meu laboratório, empenhado na invenção de uma espiritualidade para os sem espíritos, eis que um ato mágico se fez presente diante de mim: “criar cura”. um zine inteiro criado em um único ato me é apresentado! ele me convida ao silêncio... a me olhar para dentro... silêncio... de pronto, me faz um gesto onde me abre um horizonte afetivo de que sou natureza; horizonte o qual tenho que abrir mão de meu intelectivo e me lançar ao agora sagrado; mesmo que eu nunca tenha sonhado antes, símbolos cósmicos sincronizam-se com meu subconsciente... sincronicidade... instante... realidade... logo um soco no estômago dado pelo meu inimigo interno, e logo um carinho no rosto dado pela minha aliada externa...
um som estridente invade minha oficina. no entanto, surge como canto de sereia em forma de zine. deixo de lado toda minha parafernalha punk[a]hacker e presto atenção nesse som que incomoda para que eu possa refletir. encantado, percebo que há uma história natural de um traço. tracejar de sonhos simbólicos, simbiontes. traços cujos rastros tem um incrível poder ideário que me evoca novos agires: que eu tenha amor próprio; que eu perceba o quanto sou insondável e ínfimo ao mesmo tempo; imensidão, infinitude... criação! sim... é o canto de uma celebração; da breve festa de se estar vivo; de fazer parte de um único verso, universo! de celebrar que eu também sou fêmea cósmica em crítica ao meu ser macho cômico. mas que também celebra o cruel olhar que meu abismo lança para mim. abismo lunar... que recusa desejo, pois nada lhe falta; que recusa a necessidade pois cada objeto de desejo é efêmero... abismo lunar... de face contrária à terra, vazia à espera de um abraço solar... mar cósmico... mar cujas ondas embalam este delicioso canto-traço de sereia. encantado, não passamos de poeira de estrelas, este todo feminino cósmico imune ao ego – esta ilusão de si mesmo... gaia mãe sereia universal... gaia estrela... duplo de todas as jornadas pela aurora do agora. livre para ir e ficar. livre para a profanação sexual. livre para a ereção astral. ser-si-mesmo-louca em eterno retorno da diferenciação: me sinto ela, me sinto trans. ah... simbilante... seu canto estridente é belíssimo traço!
seja no laboratório, na oficina ou na festa é preciso não ser mera aparição. é preciso ser presença. mas não qualquer estar-ai, mas um estar-ai-estando-em-si-mesmado. é preciso ser presença focada! é preciso ser o próprio zine, já que devo ser tudo; ser vida em toda a sua dor e êxtase; não ter vida de dor e de êxtase. é preciso ser solitude, o universo em mim, e não ter solidão, o universo fora de mim. na solitude encaro minhas sombras e foco no instante das luzes. instantes de jovialidade sem futuro para uma espiritualidade decrépita. minhas trevas também são iluminadas. elas também me inspiram e me fazem cria. assim, estar presença focada me encaminha para a permanência da busca e para o amor de lutar. encaminhamentos para um bastar-se a si-mesmo; auto amor. encaminhamentos para abrir mão de bajuladores e ao não pertencimento. pois sem abrir mão, não há afinação, não há errância e poderes errantes. sim, são os caminhos do criar que nos tornam capazes do grande amor e do grande abandono. não há arrependimentos! e mesmo que haja dores, estas nos são boas e duras professoras. dores que nos fazem sermos únicxs! esta estranha convergência de força e fraqueza sem futuro, mas que existe apenas no agora. sim, somos poeiras de estrelas... de olhos bem abertos para manter a mente como fonte pura... sem querer não ser aquilo que somos... somos o agora! somo o acontecimento deste instante! acontecimento sem ego, portanto sem fracasso! já que o ego é o outro que abita nossas sombras e sabota o prolongamento da alegra e o encurtar da tristeza. sim, somos o agora imperfeito alegre e triste; o agora incompleto pronto para o levante! pronto para a brevidade da vida!
iv sacerdotisa danielle barros, obrigado por esta sua inspiradora visita!
em um dia qualquer, em meu laboratório, empenhado na invenção de uma espiritualidade para os sem espíritos, eis que um ato mágico se fez presente diante de mim: “criar cura”. um zine inteiro criado em um único ato me é apresentado! ele me convida ao silêncio... a me olhar para dentro... silêncio... de pronto, me faz um gesto onde me abre um horizonte afetivo de que sou natureza; horizonte o qual tenho que abrir mão de meu intelectivo e me lançar ao agora sagrado; mesmo que eu nunca tenha sonhado antes, símbolos cósmicos sincronizam-se com meu subconsciente... sincronicidade... instante... realidade... logo um soco no estômago dado pelo meu inimigo interno, e logo um carinho no rosto dado pela minha aliada externa...
um som estridente invade minha oficina. no entanto, surge como canto de sereia em forma de zine. deixo de lado toda minha parafernalha punk[a]hacker e presto atenção nesse som que incomoda para que eu possa refletir. encantado, percebo que há uma história natural de um traço. tracejar de sonhos simbólicos, simbiontes. traços cujos rastros tem um incrível poder ideário que me evoca novos agires: que eu tenha amor próprio; que eu perceba o quanto sou insondável e ínfimo ao mesmo tempo; imensidão, infinitude... criação! sim... é o canto de uma celebração; da breve festa de se estar vivo; de fazer parte de um único verso, universo! de celebrar que eu também sou fêmea cósmica em crítica ao meu ser macho cômico. mas que também celebra o cruel olhar que meu abismo lança para mim. abismo lunar... que recusa desejo, pois nada lhe falta; que recusa a necessidade pois cada objeto de desejo é efêmero... abismo lunar... de face contrária à terra, vazia à espera de um abraço solar... mar cósmico... mar cujas ondas embalam este delicioso canto-traço de sereia. encantado, não passamos de poeira de estrelas, este todo feminino cósmico imune ao ego – esta ilusão de si mesmo... gaia mãe sereia universal... gaia estrela... duplo de todas as jornadas pela aurora do agora. livre para ir e ficar. livre para a profanação sexual. livre para a ereção astral. ser-si-mesmo-louca em eterno retorno da diferenciação: me sinto ela, me sinto trans. ah... simbilante... seu canto estridente é belíssimo traço!
seja no laboratório, na oficina ou na festa é preciso não ser mera aparição. é preciso ser presença. mas não qualquer estar-ai, mas um estar-ai-estando-em-si-mesmado. é preciso ser presença focada! é preciso ser o próprio zine, já que devo ser tudo; ser vida em toda a sua dor e êxtase; não ter vida de dor e de êxtase. é preciso ser solitude, o universo em mim, e não ter solidão, o universo fora de mim. na solitude encaro minhas sombras e foco no instante das luzes. instantes de jovialidade sem futuro para uma espiritualidade decrépita. minhas trevas também são iluminadas. elas também me inspiram e me fazem cria. assim, estar presença focada me encaminha para a permanência da busca e para o amor de lutar. encaminhamentos para um bastar-se a si-mesmo; auto amor. encaminhamentos para abrir mão de bajuladores e ao não pertencimento. pois sem abrir mão, não há afinação, não há errância e poderes errantes. sim, são os caminhos do criar que nos tornam capazes do grande amor e do grande abandono. não há arrependimentos! e mesmo que haja dores, estas nos são boas e duras professoras. dores que nos fazem sermos únicxs! esta estranha convergência de força e fraqueza sem futuro, mas que existe apenas no agora. sim, somos poeiras de estrelas... de olhos bem abertos para manter a mente como fonte pura... sem querer não ser aquilo que somos... somos o agora! somo o acontecimento deste instante! acontecimento sem ego, portanto sem fracasso! já que o ego é o outro que abita nossas sombras e sabota o prolongamento da alegra e o encurtar da tristeza. sim, somos o agora imperfeito alegre e triste; o agora incompleto pronto para o levante! pronto para a brevidade da vida!
iv sacerdotisa danielle barros, obrigado por esta sua inspiradora visita!
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l[É]O:|:[A]m[A]nt[E]:|:d[A]:|:h[E]r[E]sI[A], c[E]rr[A]do, xii-2016
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