
m[A]nIf[E]stO do
[A]n[A]rqUIsmO f[A]nt[Á]stIcO
l[É]O.pim[E]nt[E]l:|:[A]m[A]nt[E]d[A]h[E]r[E]si[A]:|:2016
[*imagem: “[A]n[A]rqU!smO f[A]nt[Á]st!cO está chamando”]
1. a anarquia é pré e pós anarquismo; é ancestral e futurista; nossxs antepassadxs se realizaram nela e em breve seremos antepassadxs realizadxs deste mesmo modo. assim, como serão, antepassadas anarquistas, as pessoas do futuro.
2. a anarquia é nadir e zênite; nosso horizonte cíclico, ao mesmo tempo projetado sob nossos pés e acima de nossas cabeças. que se insurge de modo não linear para além da racionalidade moderna – nossa racionalidade é pré e pós histórica.
3. nosso realismo está em rebeldia e, por isso é tão distópico para ativistas do realismo conformista.
4. acredita-se demasiadamente na normalidade, ou pior! fazem da “normalidade” um espaço demasiado de crenças.
5. somos compas do curupira. pequeno black bloc peludo das florestas que compartilha o fogo de seus cabelos rubros para acendermos nossos molotovs. eis a chama de nosso iluminismo!
6. iara, nossa trans ancestral, que nascera ipupiara, homem-peixe, e tornara mãe-d’água para nos ensinar a guerrear com a tática de guerrilha da beleza e dos encantos da sedução. eis o nosso “renascimento”!
7. conosco, o saci abandonou seu gorro vermelho. hoje seu gorro é preto. com ele aprendemos a saltamos juntxs por sobre as fronteiras e nacionalismos. com ele aprendemos a sabotar a indústria farmacêutica e suas patentes. eis os nossos ideais progressistas!
8. mineração e agronegócio destroem os espíritos do solo e do subsolo. no entanto, contra este desenvolvimentismo predatório, temos como aliado um mapinguari ciborgue criado a partir da natureza tentando se reerguer sobre o lixo tecnológico jogado sobre ela. eis nossa tecnologia e cibernética!
9. um continente inteiro construído sobre cemitérios indígenas; assim, nós, poltergeists, insurgimos! tais nações jamais dormirão! as faíscas de nossas manifestações, as chuvas de pedras, o aparecimento e desaparecimento de seus amados objetos, nossos barulhos, nossa pirogenia e luzes os assombrarão enquanto existirem!
10. temos festas de inspiração kuarupiana. nelas, nossxs mortxs são representadxs no lixo espacial que retorna à terra. dançamos em volta de todo o fogo que ateamos nas forças policiais primordiais. homenageamos as memórias de nossxs mortxs em atos vandalistas místicos. também temos uma luta de inspiração huca-huqueana.
11. utilizamos um tipo de patuá cujo equivalente ao orixá específico para cada um/a de nós é um tipo de anarquismo. o carregamos ora bordado em nossas vestimentas, ora estampado, ora tatuado em nossos corpos. também o distribuímos em adesivos, zines, panfletos e broches. ou simplesmente o pixamos com o intuito de abençoar ou de amaldiçoar o local.
12. ocupamos o fantástico, o maravilhoso e o mágico. federalizamos o fantástico, o maravilhoso e o mágico. pirateamos o fantástico, o maravilhoso e o mágico. hackeamos o fantástico, o maravilhoso e o mágico.
13. a imaginação anárquica e libertária “é, antes de tudo, uma fato social”. a imaginação anárquica e libertária “de cada pessoa”, independente de sua localização no espaço e no tempo, expande “a minha ao infinito”.
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