após diabolus/desenho (experimento inturmão com o diálogo/desenho [1]), fui presenteado, pela própria marcia tiburi (http://filosofiacinza.wordpress.com/), com um exemplar de sua obra-prima “filosofia cinza – a melancolia e o corpo nas dobras da escrita” [2]. já fiquei fascinado (canto de sereia) desde o título. assim, ébrio, abri o li. adoravelmente uma dedicatória saltou em mim (mensagem ao mesmo tempo futura e póstuma). sua técnica de ataque foi a mesma de uma vespa-do-mar [3]. tentáculos ágeis me envolveram e me inocularam saboroso e mortal veneno. porém, marcia me alertara: “toque de medusa ao contrário”. sim, primeiro “toque de medusa”, que ao invés de cobras tinham delicados tentáculos saindo de sua cabeça. que ao simples contato com minha pele, abriu-me feridas e inoculou-me cinzas e brasas. em seguida “ao contrário”: ao invés de um colapso generalizado em meu corpo, fui tornado quetzalcoátl [4]. com essa nova pele e forma, “serpente emplumada”, “pássaro serpente da guerra” (para astecas, toltecas e maias) voei sobre a filosofia cinza de marcia tiburi em busca da melancolia e do corpo nas dobras da escrita.
notas:
[1] tiburi, marcia e chuí, Fernando. diálogo/desenho. são paulo: senac, 2010.
[2] tiburi, marcia. filosofia cinza – a melancolia e o corpo nas dobras da escrita. porto alegre: escritos editora, 2004.
[3] tão bela como letal, a vespa-do-mar (chironex fleckeri) é uma medusa cubozoária. famosa pelo poder de seu veneno. tão poderoso que pode matar uma pessoa em 2 minutos. tal eficácia torna o resgate muito difícil. um única vespa-do-mar carrega veneno suficiente para matar aproximadamente 60 homens adultos.
[4] inventor dos livros e do calendário; doador de milho para a humanidade; às vezes um símbolo da morte e da ressurreição
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