à carta III
(segunda [cor]respondência)
contra o eu-falo/eu-phalo. trarei de volta um tema da carta anterior de tiburi que deixei propositadamente para agora: a política do olhar. para com isso, também trazer à tona (para meu melhor entendimento) a relação com o seu duplo: a política do falar. tiburi diz que desenho “é uma palavra que subsume a condição existencial do eu como seu próprio ato”. palavra e desenho (enquanto ato e não produto/fim) estariam encharcados um pelo outro, pois ambos carregam algo que possibilita a individuação (o a posteriori é o próprio a priori). ou, ambos carregam algo que possibilita a quem o pratica a tomada de posição político-existencial que instaura no mundo a sua irremediável condição de ser “único” (ser mais que qualquer outro – ser humano in abstrato – ao mesmo tempo em que os outros não são menos – ser humano in concreto). como se no que tiburi chama de “eu-desenho” (grande motivador de sua carta iii) o eu de cada um que desenha (ou fala) se define enquanto singularidade: no gesto único sobre uma folha de papel única, ato singular impossível de ser realizado coletiva (simultaneidade eu-outro), abstrata (gestos em si) e virtualmente (projeção de intencionalidade). (continue lendo aqui)
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