sugestões de uso deste blog

bem vindo e bem vinda. este é um labirinto herege: um desafio para medir a astúcia de quem me visita; um convite à exploração sem mapas e vista desarmada. aqui todas as direções se equivalem. as datas das postagens são irrelevantes. a novidade nada tem a ver com uma linha do tempo. sua estrutura é combinatória. pode começar de onde quiser. seja de uma imagem, de um texto, de um vídeo ou mesmo de uma música. há uma infinidade de escolhas, para iniciar a exploração, para explorar esse território e para finalizá-la. aproveite.

diabolus/desenho: 9ª [cor]respondência

à carta XVII
(nona [cor]respondência)

márcia,

dom e índole. onde teriam sentido estas palavras (desejosos por escapar de serem tomado como conceitos) senão na ordem da religião? na ordem das questões pelos fins e pelos inícios absolutos. é nesse ordenamento que uma questão (sorrateira) nos espreita: enquanto espírito (alma, mente, ou seja lá o nome escolhido) devo nutrir um desprezo pelo mundo. porque nos espreita? pela razão de que isto é um dos piores poderes que tentam exercer sobre eu e tu: símbolos que se apoderam (acoplam virulentamente) de minha carne e ossos. apoderamento (muitas vezes simbióticos) que acaba por gerar a idéia de que, possuído, torno-me um ser espiritual. um tipo especial de ser (de entendimento e coração) que jamais será oprimido ou amedrontado pelas coisas deste mundo. assim, dom e índole fazem sentido em mim: apenas enquanto me vejo refletido num absoluto qualquer. eis a origem da obra de arte: teste e prova de que estou para além de mim mesmo; ou, teste e prova de que este corpo (em constante decadência) possui um espírito em constante ascendência. individuação possível pela tomada de posse de mim pelos símbolos (como numa espécie de golpe de estado imaterial). concordo contigo márcia, o dom, nada mais do que, uma espécie de sorrateiro ocultador do processo de criação; e a índole, nada mais do que, outro sorrateiro ocultador. a índole oculta critérios, medidas e intenções para com o/a outro/a. sem ocultar (e sem perder a maestria na ironia e no despiste) tento dizer algo que já mal pode ser dito sem densas confusões sobre a figura traga à discussão: hitler. não tenho o menor problema com tal (pois minha indiferença é radical). tenho problema sim com todos os/as anônimos/as ativistas de sua política (estes/as sim estão loucos/as para saltar em minha goela). pergunto: porque hitler é, “em sua índole”, o grande vilão (oculto e insondável) e não seus apoiadores? um fantasma (ou símbolo) não pode ser vilão de nada. não é nenhum eu sem corpo que assombra o universo. esse assombramento é toda uma educação orientada para produzir em nós certos sentimento. [continue lendo o texto aqui]

Comentários:

Postar um comentário

quando falamos "eu penso que...", quem será que escondendo? a voz do pai? da mãe? dos/as professores/as? padres? policiais? da moral burguesa ou proletária? ou as idéias de alguém que já lemos? escutamos? ou...
 
[A]m[A]nt[E]:|:d[A]:|:h[E]r[E]sIA © Copyright 2009 | Design By Gothic Darkness |